Entre os dias 25 e 28 de agosto, a quadra de esportes da Estação Conhecimento Marabá se transformou em palco para o encerramento da programação especial do Mês do Folclore. Os atendidos das oficinas culturais de capoeira, dança, jogos musicais e teatro apresentaram números artísticos que celebraram a riqueza das tradições populares brasileiras.
Durante todo o mês de agosto, os educadores intensificaram nas atividades o tema folclore, promovendo reflexões, vivências e ensaios preparatórios. O objetivo foi garantir que os jovens e crianças envolvidos pudessem expressar com qualidade e entusiasmo o resultado do aprendizado.
A programação de encerramento reuniu diversas manifestações: roda de capoeira, apresentação de violão com o ritmo regional lundu, coreografias de carimbó e encenações teatrais inspiradas em lendas da Amazônia, como o Curupira, a Porca de Bobes,a Matinta, a Cumade Fulozinha, o Honorato e Caninana. Cada apresentação levou o público a uma viagem pela cultura popular, unindo música, corpo e narrativa em uma experiência coletiva de valorização das tradições.
Vozes do Folclore
Além das apresentações, o momento foi também de reflexão sobre o processo de preparação e aprendizado vivenciado nas oficinas.

“De início tivemos duas semanas e dois dias para ensaiar. Nesse tempo, escolhemos os papéis, dividimos as falas e ensaiamos por cerca de uma hora e meia a cada encontro, além da escolha dos figurinos e das trocas de papéis. Em minha visão, como primeira apresentação com o auxílio do professor, que é um ótimo profissional, conseguimos entregar tudo o que havíamos ensaiado, sem cortes ou travas. Foi uma experiência enriquecedora, bem recebida pelo público, que ficou curioso para descobrir quem realmente era a Porca de Bobes.” Ressalta Jane Kelly

As apresentações alusivas ao Dia do Folclore foram sem dúvida uma ótima experiência para todos que participaram. Os atendidos das diversas turmas puderam apreciar diferentes manifestações artísticas como dança, teatro e música sob a lente das lendas e contos amazônicos.
As turmas de Jogos Musicais de 14 a 17 anos protagonizaram uma apresentação instrumental onde interpretaram a música ‘Foi Boto, Sinhá!’. Quando a escutaram pela primeira vez em sala, os atendidos estranharam a canção e pouco entenderam o que se cantava devido ao canto lírico encantadíssimo. Quando expliquei oralmente a história que Antônio Tavernard escreveu e depois Waldemar Henrique musicou, os atendidos concordaram que o famoso boto deveria estar sim presente em nossa apresentação.
O lundu (que eles também não conheciam) foi o ritmo que estudamos em sala para fazer violões, flautas doce e percussão contarem a história do boto. Mesmo que a maioria dos atendidos ainda estejam na iniciação musical, eles se saíram muito bem durante os ensaios e nas apresentações, porém alguns cederam à timidez e só assistiram os colegas. A gente sempre espera que isso não ocorra, ainda mais quando já vimos em aula o potencial de cada um e sabemos que são capazes. Porém, sabemos também que tudo é um processo. E assim como eles aprenderam facilmente os acordes, as notas e as levadas rítmicas, eu também espero que aprendam muito mais e cultivem a paixão pela música.
De início os atendidos acharam estranho o estilo da música proposta, mas quando fomos para os instrumentos isso mudou. A proposta foi transformá-la num lundu e os atendidos tocarem violão, flauta doce e percussão. Muitos atendidos tiveram mais afinidade com um tipo de instrumento e, nos ensaios, ia se revelando o resultado do esforço de cada um.” Relata Kézia de Sousa – oficineira de Jogos Musicais
As apresentações reuniram participantes e suas turmas em um momento de acolhida, fortalecendo o sentimento de pertencimento e a identidade cultural.
O Mês do Folclore é uma ação anual da Estação Conhecimento Marabá que busca manter vivas as tradições e estimular a criatividade, o respeito e o reconhecimento da diversidade cultural entre as novas gerações.








